Monday, May 23, 2005

"O Artista" por JVC (in Jornal de Tondela)



A acreditar nos vários estudos publicados sobre nós, os portugueses, somos dos povos menos instruídos da chamada civilização ocidental, razão mais que evidente para andarmos, no mínimo, em constante depressão.

Há dias, por um daqueles acasos que faz progredir a Humanidade, foi descoberto um novo culpado: as Agências de Viagens!

A um jovem português, de nome Ferreira e Artista de Fitas de profissão, se deve o mérito. E ao Jornal de Tondela, através deste intrépido colaborador, moi, se deve, a publicação em rigoroso exclusivo nacional e mundial, dos primeiros desabafos do Artista, ainda no corredor da prisão (e não à chegada ao nosso país como tem sido divulgado) e a caminho da liberdade. Antes, uma nota prévia: por imperativos que se prendem com direitos de autor resultantes das complicadas negociações envolvidas para a minha inclusão, a pedido de certas autoridades, nas negociações, só me é permitido transcrever este excerto, embora haja material desabafado em quantidade para um livro, quiçá para um filme a estrear brevemente num cinema perto de si, já que vai ser, por si, subsidiado – a vertente financeira é suposto ficar no segredo do défice, por isso não digam que eu vos disse. E cito Ferreira, o Artista:

“Espero que o meu caso sirva de lição, e que quer o Ministério dos Negócios Estrangeiros quer as Agências de Viagem passem a disponibilizar mais informações sobre os países e as suas leis”.

Isto é, o Artista, deixa-nos como lição da sua aventura, não o seu pecado de mamar um charro, acto de enorme prestigio e promoção da nossa cultura, mas antes um aviso (sob a forma de acusação pública) para que, juntamente com os bilhetes, as Agências de Viagens sejam obrigadas a dizer-nos onde podemos, sem medo da lei, snifar à vontade, fazer uns putos, apedrejar umas cachopas, etc.

Perguntarão: porque é que o Ferreira, o Artista, tratou logo de sacudir a água do capote? Porque isso é que é ser bom português? Não! A culpa é do sistema! Do sistema que nos mantém, a nós e muito em particular às Agências de Viagens, na mais santa, desavergonhada e descarada ignorância. Ainda bem que o sultão lá do sitio afinal era um paxá caso contrário não teria rebentado este escândalo!
Consta entretanto, que há mais um nosso compatriota vítima da incúria das Agências de Viagens, lá para os lados do Chipre, por não ter sido informado de que era proibido levar 4 quilos de droga.

E nós, vamos deixar as coisas assim? Não fazemos nada? Tem uma Agência de Viagens ao pé de si? Já percebeu porque é que os funcionários sorriem sempre que lá e entra lá lhes dirige a palavra? É, pois é, é por isso mesmo: estão, cinicamente, a gozar com a sua cara. Então faça qualquer coisa! E agradeça: obrigado Ferreira, ó Artista.

Monday, May 16, 2005

Xô monstro! por JVC (Jornal de Tondela)

Xô monstro!

Dei, finalmente, o passo que faltava para me libertar do monstro da PT (Portugal Telecom): assinei a documentação para aderir a outra operadora de telefones de rede fixa. Não digo o nome porque não sei se é permitido, mas é óptima esta sensação (talvez mesquinha, confesso) de vingança ao meter um golo ao Golias das telecomunicações cá do burgo.

Sei que a agora aclamada nova operadora, vai dentro em breve dar-me muitas dores de cabeça porque concorrência é coisa bonita, necessária e imprescindível, muito apregoada, patati, patati, patapum, mas que, cá neste nosso cantinho, acaba sempre, mas mesmo sempre, por ficar na gaveta. Ah, mas este arrumar na gaveta, só é levado a cabo após lavagem (q.b.) de roupa suja na praça pública, convenientemente publicada na praça pelos órgãos informativos afectos a cada uma das partes; depois, bem, depois da tempestade, lá vem a bonança, através de umas reuniões de reconciliação entretanto agendadas por uns primos dos cunhados dos directores em que acabam com todos a cantar: “Estabilidade sim, concorrência não ...chamadas caras sim, baratas é que não”!
Este “mamar suave” dos nossos gigantes de telecomunicações só tem sido abalado por concorrentes estrangeiros que não têm no seu capital sócios portugueses.

PREC Revisited...

Razões evocadas para saneamento de funcionários da RTP na altura do PREC (publicado em artigo do Expresso deste Sábado):

"sogro do dr. ..."; "quase de certeza corrupto, pelo lugar que ocupava"; "nenhum passado antifascista, talvez pelo contrário"; "beato fascizante, cunhado de ..."; "atrasado mental"; "frustrado homossexual eventualmente não activo"; "amante de ... (já saneado)".

Saudosos tempos, sem dúvida, para o miliante comunista autor desta lista e para outros como ele...

Tuesday, May 10, 2005

New Year resolutions...

Sabem não é? Aquelas mudanças de vida que se resolvem no ínicio do ano. E sim, eu sei que estamos em Maio, mas resolvi que as minhas "resolutions" começariam (mais uma vez) desta vez no princípio de Maio. Bem no princípio não porque o 1º de Maio, para além de ser o Dia do Trabalhador (que para mim me diz muito...) era também Domingo, e Domingo é para o descanso, não é? Pois bem comecei no dia 2. Nada mau! A mudança involve tento na língua (no que como, não no que digo que isso continua na mesma), exercício (outra vez) e pintura (mais trabalho e inclui uma parede e os espelhos dos degraus da escada. Ah! e telas também...). Esqueci-me de dizer que o exercício só começou esta semana ( já lá vão dois dias...). Ontem armei-me em campeã e resolvi que os meus primeiros 30 minutos diários de marcha iam ser a subir. Hoje de manhã parecia que tinha andado a fazer snowboard porque além de podre em geral, só me doía o "Cartão Único"... Enfim devo andar duma maneira muito estranha. Hoje achei por bem ficar mais pelo plano e fui até à praia onde havia, além de mim, mais 3 pessoas. Um parecia tirado de uma revista de moda masculina: era um fulano alto com chapéu de palha daquelas à fina, camisa de linho e calcinha de caqui, passeando o seu igualmente elegante cão cinzento claro tipo veludo, de pelo curto, orelhas caidas, talvez um "pointer" (não identifiquei a "marca"). Parecia que estava numa praia exclusivíssima e imaginei-me num qualquer filme promocional da dita. A senhora que vi a seguir continuava perfeitamente enquadrada neste cenário com o seu chapéu de pano branco, uma camisa fluída às flores, calças de caqui e ténis brancos. Perfeita, esta com um cão que também não identifiquei a "marca" (está visto que não percebo muito disto. Também no meu tempo... só havia para aí umas quatro "marcas" para além do rafeiro que era o que estava então mais na moda) , mas não interessa era um cão perfeitamente decente castanho e que ligava bem com a dona. Eis senão quando ao continuar a andar (direi mesmo marchar, que eu não ando a brincar) dou de caras com uma personagem, marchando a bom ritmo no sentido contrário ao meu. Um "belo" exemplar do macho português: baixo, quadrado no formato, tronco nu totalmente alcatifado de um "carpélio" bem espesso, calcões e os sempre essenciais ténis com meia branca. E assim acabou rápidamente a minha "participação" no filme promocional da praia paradisíaca. Era tempo de voltar à base e continuar com as outras "resolutions".

Monday, May 09, 2005

At last!

At last, it's over. I finished my translation and can get back to blogging.
That is if I feel inspired which I don't at the moment, so every week I'll be posting a text by my one and only (JVC) which is being published on Jornal de Tondela. Enjoy! (And comment if you feel like it)

"Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura!

A minha preguiça resistiu até ao limite mas, pelo menos por agora, rendeu-se. Derrotada!

E assim se dá inicio ao compromisso assumido de, pelo menos de quinze em quinze dias e até um dia, enviar umas notas e comentários sobre temas à minha escolha. Em ritmo de passeio, já se vê, que isto da preguiça ter perdido uma batalha, não quer dizer que tenha perdido a guerra!

Obviamente que, sendo de passeio o ritmo, fui languidamente deixando passar o tempo e agora, chegada a hora da entrega do TPC, só me safo duma falta, graças à técnica do escreve, escreve, escreve ... (versão escrita do falado fedorento).

Esta técnica, parente da do “empata”, foi mesmo gerada por Portugal (o Pai) e pelos nossos vizinhos Espanhóis (a Mãe), tendo chegado aos EUA, onde está regulamentada e responde pelo nome de filibuster. Diz a enciclopédia Wikipedia, que aquele palavrão, uma táctica legislativa, se refere a “... tipicamente um discurso muito comprido, destinado a empatar o processo legislativo .... Um Senador, ou vários, podem falar durante todo o tempo que quiserem e sobre qualquer tópico à sua escolha ainda que o mesmo nada tenha a ver com o tema em discussão”. E termina, explicando que “ ... tem origem na palavra que os Portugueses e Espanhóis usavam, no principio do séc. XVII, para designar os piratas que tomavam os navios como reféns para cobrarem um resgate, os filibusteros”. Por causa dela – mais uma vez – reina lá pelos states, uma confusão danada, porque os republicanos querem-na revogar por os democratas a estarem a usar para impedir umas nomeações de juizes. Ah, há uns seis anos, foram os democratas que a quiseram revogar. Afinal, quem sai aos seus ...

Provavelmente não tem nada a ver com o que acabei de escrever, mas ouvi dizer que o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, anunciou, depois do Conselho de Ministros que reuniu lá para os lados de Braga, a criação de centros de emprego móveis até ao final deste mês, descrevendo-os como "núcleos de intervenção rápida e personalizada”.

Isto quererá dizer o quê? Que se eu ficar desempregado, basta-me telefonar para um número de emergência e, logo ali, quase tão rápido como a sombra do Lucky Luke, aparece um esquadrão de técnicos anti-desemprego? Para me fazerem o quê? Prestam-me os primeiros socorros (pagam-me uma bica e dão-me um cigarro) e levam-me para o centro de emprego mais próximo onde fico a aguardar o resto do tratamento?
Ou será a medida anunciada, um efeito colateral de um dos “activos” da região, famoso por ser “leve e agradável de paladar, produzido nas encostas soalheiras do rio Cávado e fruto da influência da natureza aliada às boas características da casta loureiro e à técnica de produção utilizada”?"