Thursday, December 21, 2006

MERRY CHRISTMAS!!!!


Grandfather and grandson, originally uploaded by Big Mamma Costa.

Wednesday, December 13, 2006

Remembrance


Remembrance, originally uploaded by fionalongart.

Achei divertido este projecto artístico e adorei a descrição feita pela autora:

Thought this a very funny art project and loved the author's description:

"I decided for my nets, maps and grids project to do a tribute on Rememberance Sunday to those who gave their lives for us at war. The red ribbon signifies the blood that was shed. I went to the Tate Modern where there are lots of very closely planted silver birch trees which I think are beautiful. I then wrapped the red ribbon around the trunks of the trees in a grid like formation. Loads of people asked me what I was doing. I told them that it was a piece of art in commemoration of Rememberence Sunday and they all seemed pretty happy with that. Everyone seemed to like it including a nice security guard from the Tate Modern who asked me if it was an art project and said I should take lots of photos. I overheard one man though, walking along with his wife saying “No dear, it’s to stop people walking through the trees…. well, I suppose it could be art!” A lot of people assumed I’d been commissioned by the Tate Modern I think! Maybe one day, but for now I’m happy to have some art work at least in the grounds of the Tate Modern! I wonder how long it will stay there?It would be interesting to know what reactions it would have got if I weren’t in the grounds of a modern art museum. People seemed very open to it being art there but I wonder what people would have thought if I’d done it in Hyde Park? Perhaps art is context dependant!

http://www.fionalongart.co.uk/

Tuesday, December 12, 2006

GOOGLE no seu melhor!


Adorei o logotipo de hoje quando abri o Google UK

Saturday, December 09, 2006

Turner Prize 2006 - Tomma Abts

So refreshingly simple and effective compared to the prizes of the previous years. Also the first woman painter to be awarded this prize and the first painter to be awarded since 1998.



Sunday, November 26, 2006

Wednesday, November 15, 2006

Nice weather for ducks! (My mum tells me)



On a lousy day like today, this is what my garden looks like:

This is what I wish I could see out of my window instead:

Tuesday, November 14, 2006

Grande bailarina!


10.2006 023 hot blooded, originally uploaded by Matilde B..

Wednesday, November 08, 2006

Sir Jonh Everett Millais (1829-1896)


Ophelia
(1852)

Sempre me fascinou este quadro de Millais que retrata Ophelia, uma personagem da peça Hamlet de Shakespeare, morta a flutuar num ribeiro. A composição é tão perfeita que apesar do minucioso detalhe com que cada planta foi pintada é-nos difícial desviar o olhar do ponto focal.

Ophelia enlouquece quando o noivo, Hamlet, assassina o pai Polonius. Morre muito nova de desgosto e loucura.

A cena retratada por Millais não aparece na peça quando representada em palco mas faz referência a uma passagem da obra em que a Rainha Gertrude relata ao irmão de Ophelia, Laertes, o que aconteceu a sua irmã. É possivel ouvir aqui esta parte da peça transcrita abaixo:

Hamlet, Act 1V, Scene V11


Laertes: Drowned! O, where?


Queen Gertrude:

There is a willow grows askant the brook,

That shows his hoar leaves in the glassy stream.

There with fantastic garlands did she make

Of crowflowers, nettles, daisies, and long purples

That liberal shepherds give a grosser name,

But our cold maids do dead-men's fingers call them.

There on the pendent boughs her crownet weeds

Clambering to hang, an envious sliver broke,

When down her weedy trophies and herself

Fell in the weeping brook. Her clothes spread wide,

And mermaid-like awhile they bore her up;

Which time she chanted snatches of old tunes,

As one incapable of her own distress,

Or like a creature native and induedUnto that element.

But long it could not be

Till that her garments, heavy with their drink,

Pulled the poor wretch from her melodious lay

To muddy death.


Laertes: Alas, then she is drowned?


Queen Gertrude: Drowned, drowned

(source: Tate.org.uk)

Monday, October 30, 2006

Sábado foi dia de bolos

Bolo de Chocolate e Manteiga de Amendoim tirado do site
Culinary in the Desert


Bolo de Banana e Noz tirado do site Cooking for Engineers

Thursday, October 26, 2006

Thomas Gainsborough (1727-1788)

Mr. and Mrs. Andrews

Este quadro conta-se entre os seu primeiros trabalhos (1748/49). Foi pintado após o seu regresso a Londres de Suffolk em 1748, pouco depois do casamento de Robert Andrews de Auberies com Frances Carter de Ballington House, perto de Sudbury, em Novembro desse ano.
A paisagem retratada é a propriedade de Robert Andrews. O quadro encontra-se incompleto pois apresenta uma mancha de tela por pintar no colo da Sra. Andrews, provávelmente com a intenção de aí pintar uma criança. Acho, no entanto, mais engraçada a versão de Laure Meyer, autora do livro "Masters of English Landscape" que pensa que esse espaço se destinava a pintar possívelmente uma peça que seu marido deveria trazer da caçada, um faisão por exemplo. Segundo ela a razão pela qual o quadro ficou incompleto não está explicada, uma zanga do casal (realmente a Sra. Andrews não parece muito feliz) ou uma morte prematura? Eu inclino-me mais para a primeira hipótese. O marido afinal não caçou nada, daí a sua cara desapontada e a falta de caça para pintar no colo da senhora...

Thursday, October 19, 2006

Isto sim é azar!


Tinha Steve Wynn, dono de hoteis e coleccionador de arte, acabado de vender por 139 milhões de dólares o quadro "O Sonho" de Pablo Picasso, quando ao mostrá-lo a amigos no escritório do seu luxuoso hotel em Las Vegas fez um gesto para se referir ao trabalho acabando por enfiar o cotovelo direito através da tela. O facto deveu-se aparentemente a um problema de olhos de que sofre o coleccionador que lhe afecta a visão periférica. O quadro que ficou com um buraco do tamanho de uma moeda será restaurado e ficará, que remédio, na posse do coleccionador. Azares.

Wednesday, October 18, 2006

WHAT A MESS WE ARE ALL IN...


(Telegraph Cartoon)

Tuesday, October 17, 2006

WHAT A MESS THE UK IS IN...

Let me get this straight:

This is ok




















But this is not:













Something is going terribly wrong if you ask me.

Friday, October 13, 2006

NOBEL PEACE PRIZE!!! CONGRATULATONS!!!


Muhammad Yunus and me
Originally uploaded by Big Mamma Costa.
A great man who deserves this prize perhaps more than anyone else ever. An inspiration to us all! Congratulations!!! May he continue his wonderful work for a long time!

Thursday, October 12, 2006

Food for thought...

Independent journalist Robert Fisk on Sky News answers a very interesting question. His answer is obviously a good answer, and as a mother I am very sensitive to his point. However, I cannot help but think how lucky we are to be able to discuss what would be our choice. This of course only happens because there are people who can look beyond these immediate dilemmas and are brave enough to fight for freedom. Where would we be if everybody just took the "easy" way out? watch for yourselves

Sunday, October 08, 2006

Fim de férias!

E desta vez foi em grande! Estive em 7 países fora o nosso, se bem que em alguns só por umas horas. Soube bem estar fora, sabe bem vermo-nos de fora e aprecia-se melhor quando se volta!

Agora há que voltar ao costume:

Wednesday, September 20, 2006

Thursday, September 14, 2006

PHOTO ABUSE!













There is a lot of debate about false photos and touched up photos used on mainstream media but apparently there is another way in which photography is being misused and misinterpreted as can be shown by this example. This is photo of by photographer Thomas Hoepker who photographed the scene and later interpreted without any regard for the people involved in the picture. Find out how here

Tuesday, September 12, 2006

POUPEM-NOS DESTE "ANIMAL POLÍTICO"!


Que tristeza de espetáculo nos foi proporcionado pelo Dr. Mário Soares ontem nos Prós e Contras da RTP. Porque é que insistem em convidá-lo a pronunciar-se sobre estas matérias quando o homem já não sabe o que diz. Pois se até já acredita em bruxas...
E que fraco adversário para JPP!
Os próprios muçulmanos não devem ter ficado muito satisfeitos com a escolha do suposto "intelectual" , tradutor do Corão, para os representar.
Valeu bem a pena, no entanto, para ouvir JPP e Helena Matos.

Monday, September 11, 2006

Thursday, September 07, 2006

AVANTE CAMARADAS!

A festa do Avante nos tempos que correm, com a ajuda da comunicação social, é apresentada quase como se de mais um festival de verão se tratasse. Do género Sudoeste, Paredes de Coura, etc. Muitos acham portanto perfeitamente normal por lá passarem como se de um simples arraial se tratasse. Convém pois lembrar a agenda destes senhores, e nada mais a propósito que esta notícia saída no DN de hoje e já bem badalada na "abençoada" blogosfera:

"A presença de propaganda das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) na última edição da Festa do "Avante!", criou um embaraço diplomático ao governo de José Sócrates.

As FARC são um grupo terrorista que mantém sequestrada há quatro anos a ex-candidata a presidente da Colômbia Ingrid Betancourt . A União Europeia reconhece as FARC como grupo terrorista."

e o PCP explica ao DN:

"...no âmbito dos convites que o PCP dirige e que se "baseiam exclusivamente na sua política de relações internacionais e na solidariedade dos comunistas portugueses para com aqueles que em todo o mundo desenvolvem processos de resistência e luta contra as políticas anti-sociais, antidemocráticas e belicistas das principais potências imperialistas, ou de governos claramente manietados e instrumentalizados por essas potências - como é o caso do governo colombiano".

"O PCP "aproveita a oportunidade" para, mais uma vez, sair em defesa das FARC e "denunciar as tentativas de criminalização da resistência ao grande capital e ao imperialismo e para reiterar a sua frontal oposição à classificação pelos EUA e União Europeia das FARC - uma organização popular armada que há mais de 40 anos prossegue, entre outros objectivos, a luta pela real democracia na Colômbia e por uma justa e equitativa redistribuição da riqueza, dos recursos naturais da Colômbia e da posse e uso da terra - como organização terrorista".
A notícia da presença de propaganda das FARC na festa do PCP foi revelada na blogosfera. Domingo passado, no blogue Tugir (www.tugir.blogspot.com), Carlos Manuel Castro registou criticamente o facto. A partir daí a indignação alastrou a mais de uma dezena de blogues. No Canhoto (www.ocanhoto.blogspot.com), o ex-ministro do PS Paulo Pedroso subscreveu Jorge Ferreira, dirigente da Nova Democracia, no Tomar Partido(www.tomarpartido.weblog.com.pt) quot;Seria interessante que o Governo, através do ministro da Administração Interna, esclarecesse se os indivíduos da FARC que estiveram no stand da Festa do "Avante!" entraram legalmente em Portugal, se foram vigiados e as suas actividades militantes fiscalizadas".

Friday, September 01, 2006

Led Zeppelin - Stairway to Heaven

All I want for my birthday!!


Balloons
Originally uploaded by Simon Cockayne.



e já agora um refrão muito simpático que me foi enviado hoje:

Bon anniversaire, nos voeux les plus sincères
Que ces quelques fleurs vous apportent le bonheur
Que l'année entière vous soit douce et legère
Et que l'an fini, nous soyons tous réunis
Por chanter em choeurs: "Bon Anniversaire!»

Thursday, August 31, 2006

Tomato Relish by Dizzy

This afternoon was spent making a batch of my grandmother's much loved Tomato Relish! I hope it tastes as goods as hers. This is a picture of her when she was young holding one of her five children. And below the finished product.

Friday, August 25, 2006

IMAGENS CHOCANTES, CUIDADO!

Green Helmet acting as cynical movie director in qana

Another example of what we're up against.

Thursday, August 24, 2006

Mainstream media propaganda busted!!!

Wednesday, August 23, 2006

Life-like art

"A GIRL"

"SPOONING COUPLE"



Ron Mueck
Royal Scottish Academy until Oct 8
Edimburgh

Only in the summer!

A job he hates...

Tuesday, August 22, 2006

"Alterações" by JVC (Jornal de Tondela)



Quando os meus filhos eram putos, para ajudar a matar o tempo e mantê-los ocupados durante as longas viagens de carro, recorri ao mesmo repertório com que também eu tinha já sido entretido, do “indo eu, indo eu, a caminho de Viseu...” ao “alecrim, alecrim aos molhos, por causa de ti...” acabando normalmente com “foi na loja do mestre André, que eu comprei um pifarinho, pfim, pfim, pfim, um pifarinho...”.

Quando os ouvidos já não conseguiam suportar mais a desafinação geral, entrava a lengalenga da camioneta que vinha para baixo e da bicicleta que ia para cima, chocaram, do choque resultou que a camioneta recuou e a bicicleta estacou, saiu o Raimundo motorista para matar o Segismundo ciclista, zás, trás, pás, rapou da espada mas não matou, alto lá senhor policia, eu cá vi tudo e vou contar como se passou, a camioneta vinha para baixo, a bicicleta ia para cima, chocaram, do choque resultou ….

Em desespero de causa, cansado e sedento por algum sossego e silêncio, passávamos para as adivinhas; a minha favorita, já velhinha, era aquela que dita em voz alta soa a “quando é que se abre a porta aberta?”. A resposta é, como toda a gente sabia e sabe: quando a Berta bate à porta.
Convém dizer que, acabada a fase das adivinhas e de outros jogos de alto teor intelectual, começava a fase do estejam quietos meninos, se não param apanham, olhem que eu não torno a avisar... pimba... vêm, eu avisei. Aí, recomeçava o canto, mais agudo e mais desafinado do que antes.

Os tempos, entretanto, mudaram! A evolução tecnológica e a globalização tudo alteraram, a coisa é tão grave que nem as adivinhas escapam. A velhinha adivinha de que falei lá atrás foi, há dias, substituída por uma nova versão; do lado da pergunta passou a “De quem é a culpa se amandarmos a gisberta para o poço?” e do lado da resposta passa a “Culpa? Sei lá! Olhem-me estes! Minha não é! Eu limitei-me, durante alguns dias, a apedrejá-la, a esmurrá-la e atirá-la, ainda viva, para o poço! Mais nada, eu só fiz isto!”.

Durante a campanha de lançamento, que teve farta cobertura mediática, foi mostrado um excerto do vídeo promocional, onde um dos jovens do grupo dos artistas inventores aparece a exibir o seu dedo médio em riste à Senhora Dona Justiça, a qual, a crer nos boatos que por aí circulam, não quis mostrar a cara, por vergonha.

Conhecido que é o nosso bom hábito de copiar tudo o que tem sucesso, aguarda-se, com enorme expectativa, o aparecimento de muitos mais grupos de jovens inventores, também eles dispostos a arriscar a vida dos outros em prol da continuação da extinção de mais princípios da nossa sociedade.

Já que estamos numa de adivinhas e parafraseando o colunista da revista Sábado, Ferreira Fernandes, sabe quem são Lara Webb, Emily Jenkins ou Phill Beer? E Jean Charles de Menezes?

Monday, August 07, 2006

VICTOR MANUEL!

A marca do melão espanhol que comprei esta semana.
Fiquei entre o rir e o chorar com esta amostra de mau gosto!
Coitadinho do Victor Manuel que não tem culpa nenhuma. Cheguei a pensar que o rapazinho tinha desaparecido, mais uma vítima de pedofilia, e que tinham tido a brilhante ideia de usar os melões para divulgar o desaparecimento do coitadinho...

Monday, July 31, 2006

Sunday, July 30, 2006

"S.O.S." (JVC in Jornal de Tondela)



S. O. S.
Senhor Director stop. Suplico confirme suas instruções e coordenadas stop Estou há 3 dias mergulhado no local indicado stop Sem indícios de marcianos com armas atómicas stop Partes meu corpo em perigo stop Alfa pendular em risco de extinção stop Única bomba à vista é uma terráquea stop Pedi Maria interromper lides caseiras e envio de provas stop Repórter indeciso tipo de bomba stop Difícil julgar stop Proa e popa sugerem bomba modelo BB(1) ou RW(2) stop Favor confirmar com base dados marinha Tondela stop Última hora stop Bomba mexeu-se stop Maria vai para dentro stop Esta frase não é para si senhor director stop Movimento das curvas sugerem bomba nova stop Vou segui-la stop Estou a ouvi-lo mal stop Muitas interferências stop Sinal muito fraco bomba muito mais forte stop Contactarei em … bip bip bip bip.

(1)Tabela encrip-tação XPTO = Brigite Bardot
(2) Tabela de en-criptação XPTO = Raquel Welch

Monday, July 03, 2006

"Sustentos" por JVC in Jornal de Tondela (Versão blog)




Não sei se é coisa que aconteça com todos mas eu fico particularmente satisfeito quando revejo antigos colegas dos meus tempos de estudante. A maior parte das vezes já não nos conhecemos uns aos e é só através de terceiras pessoas que conseguimos recordar os fugazes laços que nos ligaram no passado. Do meu tempo de liceu, passado no Porto, contam-se pelos dedos aqueles de quem me recordo; há mais de trinta anos que vim para a capital e, desde então, se vi quatro ou cinco, foi muito.

Quis o acaso que, na passada semana, eu tivesse esbarrado com alguns desses meus antigos companheiros. Em viagem profissional ao norte, tive que ir jantar com uns clientes, a paparoca e a conversa prolongaram-se mais do que o habitual, a excelência da noite convidava a ficar na esplanada daquele restaurante na Foz, o barulho das ondas… enfim, estão a ver o panorama.

Os meus clientes já me tinham deixado, quando dei de caras com um sorriso redondo, bronzeado e bem barbeado, patilhas até aos queixais e o cabelo, preto e penteado para trás, coberto de/com (???) brilhantina. És o Meireles, pá! Estás na mesma, dá cá um abraço! Há quantos anos?, trinta e tal?, meu não mudaste nada. E era verdade, o Meireles, tirando as patilhas e a brilhantina, estava igualzinho!
O que é que estás aqui a fazer, pergunta-me ele, estou em trabalho digo eu, por acaso até já me estava a ir embora, ai isso é que tu não vais, diz ele, isso é que era bom pá, tens que ir beber um copo à minha tasca, ali à frente e aponta com um dedo para o outro lado da marginal; o Rui Lingruinhas foi mesmo agora para lá, lembras-te dele, não lembras?, coço a cabeça … hum, assim de repente não, pá, a sério que não, não te lembras?, espanta-se ele, é aquele gajo, pá, aquele que se amandou do eléctrico em andamento abaixo para fugir ao pica e que ficou com a tromba esculpida no poste dos telefones! Ah, o coreano?, digo eu, sim, sim, esse mesmo, pá, ele ainda agora me ligou a dizer que estava lá e o gajo de certeza que também vai gostar de te ver. Fomos!

Na tasca do Meireles, vendia-se mais whisky do que vinho e além do coreano e de alguns outros clientes estavam espalhadas pela sala para aí uma dúzia de miúdas. Dei um abraço ao coreano, este sim estava diferente, uma barriguinha de fazer inveja a certas grávidas, umas entradas no cabelo a fazer-me inveja a mim, a conversa da praxe e de chofre diz-me: estou reformado.
Estás reformado? Reformado como?, perguntei-lhe eu. Explicou-me que tinha pedido a reforma antecipada da função que exercia num organismo público, tinham-lha concedido e portanto ele está reformado, a receber a reforma mas a trabalhar no mesmo sitio e a receber um salário (não digo que tipo de organismo nem qual porque ele me obrigou a jurar segredo, pela alminha da falecida Zélia). Eu quis saber mais, mas a bexiga dele já não aguentava, ele levantou-se e deixou-me. Foi substituído por uma cabeleira loira que se aproximou e me espetou duas beijocas, sou a Gina; eh pá, Gina, desculpa, mas assim de repente não te reconheci, balbuciei, antes de lhe perguntar: o que é estás aqui a fazer? Trabalho para o Meireles, ele é o meu chulo!
A chegada do coreano, cortou o silêncio instalado e a Gina, já sorridente, pergunta-me: lembras-te do Rui?
Eu olho, embevecido, para o coreano, enlaço-o pela cintura, puxo-o bem para mim, viro-me para a Gina e respondo com orgulho:
Então não lembro! Sou uma das putas que o sustenta!

Friday, June 30, 2006

Monday, June 19, 2006

"Estado de Alma" por JVC (Jornal de Tondela)


É quase meio-dia, hoje é Domingo dia 11 de Junho, acabei de tomar o pequeno-almoço e, desde que me levantei, que ouço uma música desafinada a tocar, algures, ou dentro ou à volta da minha cabeça. A principio pensei que era o fígado, chateado, a fazer queixinhas às autoridades que mandam no meu corpo, protestando contra a quantidade de álcool e tabaco, consumidos na véspera, facto que, aparentemente o deixa com os bofes de fora; só depois, estava eu, cara de abrunho ressacado, a passear de canal em canal, é que percebi a causa.

Na RTP-N, um senhor que eu não conheço, comentava, empolgado, o primeiro discurso do dia de Portugal do novo Presidente da Republica, excelente, essa de não nos resignarmos, consensual, apela ao que nós temos de melhor, nós, os portugueses, somos capazes, já o provámos no passado podemos fazê-lo no futuro, os passarinhos a voar e a chilrear, as meninas a dançar e a cantar, darmos as mãos uns aos outros... Na SIC Noticias, um senhor deputado do partido socialista, de nome Ramalho, a propósito do mesmo tema, dizia, com ar sério e parafraseando um escritor qualquer, que nós somos generosos, bons, honestos, trabalhadores, os passarinhos a voar e a chilrear, as meninas a dançar e a cantar, darmos as mãos uns aos outros... que o nosso problema não é de números, é de alma!

Já tinha o frasco com os sais de frutos na mão, para acudir a uma convulsão gástrica, quando percebi que a música não era consequência dos exageros da véspera mas do som que vinha daquele ecrã; poisei o frasco e, ainda agoniado, desliguei o aparelho.

Fui buscar as duas cartas que recebi das finanças nessa semana e li-as, com muito mais atenção! Por me ter atrasado vinte e quatro horas – um dia – a pagar o meu irs de 2004, recebi um castigo equivalente a 1 (um) por cento do valor total; ou seja, em termos anuais, corresponde a uma taxa de juro de 365%. Nem os melhores clientes da dona branca, ao que me lembro, conseguiam metade desta taxa.

Felizmente os passarinhos estão a voar e a chilrear e as meninas a dançar e a cantar, o que significa que o dinheiro que eu empresto ao fisco, todos os anos, em adiantado e por conta, nos meses de Julho, Setembro e Dezembro, me vai render uma pipa de massa. É só fazer as contas: mesmo que “eles” remunerem o meu empréstimo a um terço da taxa de juro que me cobram, o meu dinheirinho vai render perto de 120% ao ano! Olaré!

Mas como, entretanto, os passarinhos aterraram mudos e as meninas se calaram, isto é, caí na realidade, já sei que vou ver os juros do meu rico dinheirinho pela ponta de um canudo. Esta prepotência deve ter um nome qualquer quando praticada por outrem que não elas, as autoridades. Quanto aos juros que me querem cobrar, vou seguir o conselho do senhor presidente e, podendo, não me vou resignar! O meu problema, causado pelas almas do estado, tem mesmo a ver com os números.

"Ministra que estás à janela com o teu cabelo..." (LOL)


Sunday, June 04, 2006

Ansiedades (por JVC in Jornal de Tondela)





Uma onde de calor vinda lá das Africas no final da semana passada, fez-me sentir saudades dos dias frios, aqueles com temperaturas mínimas de dezasseis e máximas de vinte. Para cúmulo, o ar condicionado do meu carro resolveu pregar-me uma partida e em plena viagem para uma visita às terras de Besteiros, com uma temperatura exterior de trinta e muitos graus, sua excelência resolveu dar uma de deputado, assinou o ponto e baldou-se. Fiquei eu e mais a minha trupe no veículo, muito quentinhos, a destilarmos.

Em situações dessas apetece ir tirando a roupa, mais ou menos como fazem as modelos femininas que posam para a Maxmen, uma revista para homens e que tem como director um cavalheiro que dá pelo nome de Domingos Amaral, apelido igual ao do pai, o meu especial e querido amigo que está à frente da pasta dos negócios estrangeiros. Farto de olhar para os artigos expostos, o jovem Amaral, começou a escrever num órgão de comunicação especializado em temas económicos.

E das duas uma: ou está a querer gozar connosco ou está a querer gozar connosco! Pode ser que haja uma terceira hipótese, a da provocação, via mais eficaz para uma notoriedade mais rápida, mas fico a aguardar mais artigos para saber qual é a dele.

Num artigo datado de Abril, o jovem pedia que alguém lhe explicasse qual o problema de termos um défice de 5% em vez de 3%. Está visto que o paizinho não lhe deve ter explicado que quando uma família, em cada ano que passa, gasta em bens necessários e esbanja em muitos outros que são um luxo, sempre muito mais do que aquilo que ganha, não só acaba por dar com os burrinhos na água como há-de acabar por pôr os ditos burrinhos lá, no fundo, bem debaixo da linha da água (os burrinhos somos nós, contribuintes). Como alguém comentou, para ele tanto faz quando um carro vai a descer e com problemas de travões, ir a 50 como a 120, porque quando chegar à curva espeta-se na mesma!

Mais recentemente, a propósito das posições dos liberais sobre o peso (excessivo) do estado na economia e da (rígida) lei laboral, informou-nos de que as classes médias e baixas nunca irão votar em partidos que defendem estas politicas porque, destinando-se elas a reduzir o estado social de bem-estar, o emprego garantido para a vida e outras mordomias, causam-lhes (às ditas classes) mais ansiedade. Suponho que este maior nível de ansiedade seja por comparação à tranquilidade que o sistema actual lhes provoca. Ainda não tinha topado que as classes médias e baixas andavam nervosas e ansiosas com a perspectiva de perderem algo que não têm, mas como sou míope, o problema é meu com toda a certeza.

Presumo que o importante para as outras classes não mencionadas pelo jovem Amaral, é não abanar a malta, não stressar o indígena, deixar as tetas tal como elas estão, cada um já sabe onde e o que é que mama, vejam lá as ideias destes marmelos liberais! Ainda nos arranjam problemas! Querem tetas? Comprem a Maxmen e vão com ela ao futebol a servir de chapéu.

Thursday, May 25, 2006

"Energias" (JVC in Jornal de Tondela)







Há certas lâmpadas que quando se ligam funcionam como as sirenes dos bombeiros, obrigando-nos a tomar determinadas decisões, com maior ou menor grau de urgência e com diferentes impactos no nosso bem-estar. Uma das mais irritantes é aquela luz redonda e amarela com que os construtores de automóveis nos recordam que os cavalos dos nossos veículos estão com sede e que se quisermos continuar a viagem há que lhes enfiar uns quantos litros de combustível pelo depósito abaixo.

Se eu, quando tenho sede, arrefinfo com umas quantas bejecas pela goela, é justo que os cavalos do meu popó também bebam qualquer coisa; a chatice é que ao comprar-lhes a bebida – combustível em estado liquido – estou a dar de mamar a uma cambada de mamíferos – especialmente a um estado sólido – o que invariavelmente me deixa num estado gasoso. Ainda a semana passada, por razões médicas, mandei analisar o liquido do depósito do meu carro e, sem surpresa, a mistura tinha mais impostos que petróleo.

Durante cerca de uma década e meia o petróleo e a uva mijona vendiam-se quase ao mesmo preço, constando até que, nalguns países, ela, a uva, era mais cara que ele, o petróleo. Como resultado, os produtores de ouro preto não tinham muita motivação para investir no aumento da sua capacidade de oferta e os consumidores não tinham razoes para pressionarem os construtores a investir noutras energias alternativas. De há uns anos para cá a coisa mudou e passámos dos nove para os setenta por barril. Como os produtores já têm o que querem, compete-nos a nós, consumidores, fazermos a nossa parte e pressionarmos, quem de direito, de modo a que sejamos depenados (isso é inevitável) sim, mas bastante mais devagar.

Pelo que tenho lido, já se produzem, nalguns países, veículos movidos a electricidade e também a hidrogénio e que dispensam totalmente produtos derivados do petróleo; só que a tecnologia ainda é cara e os preços de venda desses carros são muito caros quando comparados com o que custa hoje um carro a gasolina ou a gasóleo. Parece que só daqui a mais uns cinco ou dez anos é que será possível produzir, em série e baratos, não sendo certo que tipo de combustível virá a ser o próximo” senhor global”.

Os carros movidos a álcool, solução que o Brasil adoptou há muitos anos e que reforçou nos últimos quatro, estão a também a ganhar muitos adeptos no maior mercado consumidor do mundo, o mercado norte-americano; a General Motors (GM), um dos maiores construtores mundiais, que por sinal está quase falido, já vende carros movidos a álcool/etanol (numa mistura de 85 por cento de etanol e 15 por cento de gasolina) que custam o mesmo que os carros a gasolina. Algumas áreas rurais dos Estados Unidos, que padeciam dos mesmos males que as nossas, estão a enriquecer graças à construção de centenas de pequenas fábricas (destilarias) de etanol, produzido a partir do milho, cuja produção e preço duplicaram. Convém dizer, que muitas destas fábricas pertencem a associações de agricultores.

Para ver se deixo de ser burro com o que gasto para alimentar os cavalos, ando à procura da melhor maneira de importar um carro a GPL. É que o preço por litro ainda é de 0,593 cêntimos.

Tuesday, April 04, 2006

Pork and prune skewers with balsamic glaze

THIS WILL BE DINNER TONIGHT, I HOPE, IF IT COMES OUT AS IT SHOULD.

Monday, April 03, 2006

Diferenças por JVC (Jornal de Tondela)



Há duas semanas, citei uma notícia sobre um miúdo afegão (miúdo sim, só tem quarenta e quatro anos!), Abdul Rahman, que ia, de acordo com a lei deles, ser condenado à morte. Um contrariado juiz local, justificou que iam tratar da saúde ao mano porque este, tendo sido apanhado com uma Bíblia, acabou por confessar a sua conversão ao catolicismo, velha de dezasseis anos. O juiz terá dito que mais valia ter sido apanhada com uma nova de dezasseis, mas as nossas fontes ainda não puderam confirmar a veracidade destas alegadas afirmações.

Diziam as más-línguas que, ao abrigo da nova constituição, recentemente aprovada, as minorias afegãs já tinham alguma protecção; constata-se agora que, na realidade, estão tão desprotegidas face ás tirânicas leis islâmicas quanto o pato português face ao viscoso monstro estatal.

Graças a múltiplos movimentos de solidariedade, ao apelo de vários governos e, ao que consta em círculos por nós frequentados, a rumores de que a esquerda caviar do tele-evangelista, estaria a organizar uma excursão a Cabul para defender estas minorias, o Abdul acabou por ser libertado e enviado, muito secretamente, para a Itália. Alguém terá conseguido convencer o juiz contrariado de que afinal o homem não era lá muito católico da mona, tinha os pirulitos gripados, não estava em condições de ser julgado e o melhor a fazer era soltá-lo.

Enquanto durou esta cena, aos poucos ia caindo a mesquita e o califado! Mas afinal, questionavam os clérigos islâmicos, quem é que manda cá na terra? Se a malta quer limpar o sebo a um gajo por ele ser admirador do JC, limpa e acabou-se! Estamos no nosso pleno direito! Essas modernices não são para o nosso povinho, para se coçarem já lhes chega a nossa sarna. O Adbul, esse cão raivoso, tem mais é que morrer e, mesmo que fuja do país, nós vamos encontrá-lo e vamos reduzir-lhe a temperatura do corpo a zero.

Segundo os jornais e algumas televisões ocidentais, muitos destes minuciosos boletins médicos sobre o estado de saúde, presente e futuro, do católico foram feitos por clérigos moderados.

Moderados? Mas … moderados por comparação com quem e com o quê? Como é que estes jornalistas ocidentais calcularão o grau de moderação de um clérigo islâmico? Tenho andado a matutar no assunto, a ver se consigo encontrar um método de classificação lógico, eficaz e seguro mas por mais voltas que dê à tola, só consigo um:
Quando o clérigo acaba de falar e a entrevista termina, o jornalista pousa o microfone, a caneta ou a câmara, fecha os olhos e conta até dez; não ouvindo estrondo nenhum, olha-se bem de alto a baixo, comprova a inexistência de buracos ou sangue nas roupas, sente a pulsação, respira fundo duas vezes e conclui: estou vivo! Fixe! Este clérigo é moderado!
É claro que este método teria o irritante inconveniente de transformar, por falta de provas, todos os clérigos islâmicos em moderados o que não faz sentido e, por isso, continuo a questionar-me: qual é, para os jornalistas ocidentais, com base nas declarações sobre o Adbul, a diferença entre um clérigo radical e um clérigo moderado?

Sunday, February 26, 2006

"Nós, pelos outros..." por JVC (Jornal de Tondela)



A bem preparada oferta publica de aquisição (OPA) lançada pela Sonae ao grupo da Portugal Telecom (PT) tem animado a bolsa de valores de Lisboa e o bolso de muita gente – de grandes e de pequenos investidores – e tem sido apresentado, pelas autoridades oficiais, como um dos exemplos de que (já ou ainda) existe confiança dos agentes económicos privados na economia portuguesa. A esmagadora maioria dos comentários dos especialistas que eu li, nacionais e estrangeiros, também sustentam essa tese e, por muito que isto custe a alguns, o “mercado” está a dar-lhes razão. A Bloomberg, uma das mais prestigiadas agências de notícias económicas do mundo, que eu leio diariamente desde há anos, também tem feito uma leitura positiva da operação; como é raro eles falarem de nós, confesso que estas últimas semanas me deram um certo gozo.

Gozo que, infelizmente, acabou! E acabou por causa do futebol e da ressaca do último europeu, o tal que suscitou o movimento patriótico das bandeiras, algumas das quais ainda hoje ornamentam os bancos de muitos popós (normalmente o do lugar do morto que é o que lhe dá mais visibilidade).
O artigo, publicado no passado dia 17, tem por título “O futebol português próximo do colapso depois de gastos de EUR 1 Bilião em estádios”. Como o artigo é longo, limito-me a citar algumas das partes que considero mais relevantes:
“ … na preparação para o Euro 2004, as autarquias adjudicaram novos estádios, apostando que eles seriam um impulso para o turismo, durante e depois do evento, por via da transmissão televisiva para 79 milhões de europeus. As receitas hoteleiras acabaram por não subir de 2004 para 2005 de acordo com o Instituto Nacional de Estatística.”; “ …os dez estádios construídos tornaram-se em elefantes brancos. São vítimas da falta de espectadores que não podem pagar os bilhetes por causa da situação económica e do crescente aumento dos custos de manutenção que afectam os proprietários desses clubes…”; “ … cinco equipas desistiram esta época e quatro quintos dos clubes têm salários em atraso. No último fim-de-semana, de acordo com os números oficiais, os nove jogos principais tiveram em conjunto 80,000 espectadores em estádios com capacidade total de 278 mil.”; “… as 18 equipas da primeira divisão em Portugal têm uma capacidade conjunta para 528 mil lugares, ou seja 1 por cada 19 portugueses, enquanto em Espanha, os 20 principais clubes têm 779 mil ou 1 por cada 51 espanhóis.”; “ … dois anos depois de começar a jogar no estádio que custou 61 milhões de euros, o clube de Faro encerrou porque as receitas originadas pela média de 1,000 espectadores não davam para pagar as dividas … o estádio de 30 mil lugares do Beira-Mar e que custou 65 milhões de euros, tem em média cerca de 4 mil espectadores e, de acordo com Felipe, de 60 anos, se o clube não for promovido esta época, será muito, muito mau …”; “ … o União de Leiria teve prejuízos de 1,94 milhões de euros no primeiro semestre de 2005 porque, segundo o porta-voz João Empadinhas, houve um colapso na venda dos bilhetes...”; “ … outros pequenos países optaram por partilhar as despesas; a Bélgica e a Holanda partilharam o campeonato do mundo e o Euro 2008 será jogado na Áustria e na Suiça, com encargos partilhados … dois dos três concorrentes para organizar o campeonato em 2012 estão a concorrer em conjunto …”.

As poucas vozes que, na altura, foram contra a euforia da escolha de Portugal para, sozinho, organizar tal evento viram o tempo, infelizmente, confirmar as suas criticas.
Será que o mesmo também vai acontecer às (agora ainda muitas) vozes contra a Ota e o TGV?

Tuesday, February 14, 2006

"Obviamente" por JVC (Jornal de Tondela)



Aqui à atrasado (*) – expressão que nós, os adeptos do grande fcp, usamos quando nos referimos a um acontecimento que não ocorreu hoje – já não me recordo muito bem quando foi nem onde é que foi, estava nu e sentado a olhar para o meu umbigo, quando reparei que, mais abaixo, do meu corpo sobressaía uma coisa, uma espécie de torneirinha em ponto pequeno; intrigado, estiquei-a, torci-a, fiz-lhe trinta por uma linha, até que finalmente se fez luz no meu pequeno cérebro e eu cheguei, tarde mas cheguei, à conclusão. Do quê, perguntarão? Do óbvio, responderei!

Foi em resultado de uma meditação parecida, segundo fontes próximas que contactei, que o nosso ministro dos negócios estrangeiros redigiu o seu comunicado da passada semana, texto que rapidamente se transformou no bombo da festa para milhares de almas criticas, sendo que a esmagadora maioria não prenuncia um futuro auspicioso ao seu autor.

Segundo o professor, no seu comunicado, obviamente não valia a pena condenar a destruição, levada a cabo por extremistas radicais islâmicos, das embaixadas da Dinamarca e da Noruega (a do Chile não conta porque esses, além de não serem europeus recordam-nos Pinochet, um dos poucos ditadores que não morreu calçado) porque, como toda a gente está, ou devia estar, fartérrima de saber, ele é contra toda a violência e, obviamente, não é preciso andar sempre a lembrá-lo. O que vale a pena relembrar, isso sim, vezes sem conta e ad aeternum, como de resto ele sublinhou no último sábado, são as nossas agressões. Ou sou sonâmbulo e agrido a dormir ou então aquela boca não era para mim. Obviamente!

Como os amigos são para as ocasiões, para nos ampararem em caso de queda ou de gaffe, um senhor deputado, de nome Canas (ó senhor ministro, não se fie nesta cana que não me parece que ela aguente muito peso...) veio encostar-se ao professor e toca a dizer, preto no branco (será que posso escrever isto???), que os cartonistas dinamarqueses e os extremistas radicais islâmicos estavam bem uns para os outros. Obviamente!

Na linha dos ideais atrás expressos e tendo em vista a sã convivência entre todos os povos, o canal de televisão por satélite inglês SKY, a propósito da condenação em tribunal do imã radical Abu Hamza (também conhecido por “capitão gancho” por usar dois ganchos como próteses para as mãos que perdeu na guerra contra os russos), entrevistou um outro imã, amigo do condenado e de nome Hamid Ali, que por sinal até vive em Inglaterra e que não teve qualquer problema em explicar aos espectadores que não senhor, ele e os seus não reconhecem a autoridade das leis inglesas e que sim senhor, eles, os muçulmanos, têm muito mais direito àquela terra do que eles ingleses. Já não me lembro dos argumentos que ele deu em defesa deste suposto direito de propriedade porque entretanto saltou-me a tampa e deixei de conseguir ver e ouvir. Obviamente!
(*) Uso a mesma expressão, no plural e escrita de outra maneira, sempre que passo em frente aos estádios da segunda circular na capital (senhor director: por falta de tempo não pude contactar o senhor ministro da licenciosidade, pelo que agradecia me informasse, com urgência, se corro perigo de vida ao acabar de melindrar tantos milhões de portugueses)

Tuesday, February 07, 2006

DANISH CARTOONS


" If liberty means anything at all it means the right to tell people what they do not want to hear "
(George Orwell)