Thursday, June 30, 2005

Ajuda precisa-se para Portugal...

Enviaram-me um mail com esta citação de Eça de Queiroz, datada de 1871, com o título "Previsões".
Como é óbvio isto não era uma previsão para ele, era a constatação de um facto. O que é grave é que embora ele provávelmente não soubesse e nós sabemos agora, Portugal tornou-se mesmo nisto. E é o que somos agora, e a julgar pelos últimos 134 anos vamos continuar a ser. Que fazer? Alguém tem uma ideia?


"Estamos perdidos há muito tempo...
O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.
Os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na
inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e
tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte, o país está perdido!"

Wednesday, June 29, 2005

New work (3) by me

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"Partidas" por JVC (in Jornal de Tondela)


Na passada semana fui ao aeroporto da Portela, mais precisamente à área das chegadas. O sol já há muito que tinha ido visitar outras paragens e, porque agora há que respeitar outras regras, o movimento era reduzido sendo poucas as pessoas que por lá se encontravam. O espaço, grande e bem iluminado, não tresandava a humanidade como noutras alturas, noutros tempos.

Gosto de aeroportos! Partidas e chegadas com significado oposto algures numa outra parte da Terra, num outro aeroporto. Gosto mais das chegadas fruto de uma velha incompatibilização com as partidas, há muitas aventuras passadas, na idade em que ainda não sabia que a estrada dos dias indolentes e preguiçosos desembocava numa via rápida de traçado duvidoso, umas vezes suave outras não, em acelerada direcção ao desconhecido. Mas é de partidas que quero escrever e para tal transcrevo um texto da autoria de JCD e que foi publicado no seu blogue Jaquinzinhos:

“Imaginem um Francisco, quadro técnico de máxima qualidade, especialista no que quer que seja.
Não tem empresas, não recebe dividendos, não herdou, não tem aplicações financeiras de milhões, não é proprietário de imóveis, não acede ao private banking, não tem contas nas ilhas Caimão, não tem pais ricos e nunca foi a Gibraltar.
O Francisco entrega a sua declaração de IRS em Março. No recibo de vencimento pode ler-se o montante de 4300 euros mensais brutos, a que acresce subsídio de refeição (nota 4300 x 14 = 60 200).O Francisco é desejado por muitas empresas. O Dr. Ambrósio, o patrão do Francisco não o quer perder. Faz contas e decide premiar o esforço e a dedicação do seu melhor técnico, atribuindo ao pacote salarial do Francisco mais dez mil euros por ano.
O Francisco fica muito feliz, a empresa vai gastar mais 10.000 euros por ano com ele. Parece muito bom. Mas depois faz contas:a) Dez mil euros a dividir por 14 meses 714 euros/mês; b) Taxa social única suportada pela empresa: 136 euros/mês; c) Taxa social única suportada pela empresa mas atribuída ao Francisco: 64 euros/mês.; d) IRS marginal (escalão dos 42%): 234 euros/mês; e) imposto de selo: três euros. Sobram ao Francisco 269 euros/mês, que lhe permitirão adquirir 226 euros de produtos com IVA a 21 por cento. Feitas as contas, por cada 31,5 euros que receber a mais, tem que alimentar o Estado com 68,5 euros. É mais do dobro. Dos dez mil euros, nem sequer um terço é para premiar o Francisco.Conclusão o Francisco vai trabalhar para Espanha..."

Eu também começo a pensar que com a gasolina (muito) mais barata e com o IVA também (muito) mais baixo o melhor é, sem passar pelo aeroporto, ir passar por lá umas férias mais prolongadas e esquecer o ditado.

Tuesday, June 21, 2005

"Critica cultural" por JVC (in Jornal de Tondela)

Inspirado num grande sucesso de bilheteira brasileiro, centenas de jovens marginais, perdão jovens socialmente não integrados, de ascendência africana, estrearam em Portugal, no âmbito das comemorações de mais um dia de Portugal e das Comunidades, o espectáculo O Arrastão. Há vários anos que, na zona entre Algés e Cascais, se ensaiava esta peça mas só agora foi viável juntar um tão grande número de ladrões, perdão, de actores.

Levado à cena na praia de Carcavelos, em recinto superlotado, este primeiro espectáculo foi um êxito absoluto, tendo em conta a falta de publicidade que o antecedeu: abertura dos telejornais nacionais, capa dos principais jornais e referências elogiosas na imprensa internacional, como por exemplo na BBC, CNN, Folha de São Paulo, Washington Times, etc. Espera-se que muitos dos nossos potenciais visitantes estrangeiros não desistam de cá vir com base na esperança de também poderem ver este show nos seus próprios países.

Seguindo a via do espectáculo alternativo, no Arrastão há uma forte interacção entre o publico e os ladrões, perdão, os actores, o que nem sempre é bem compreendido pelos incautos, perdão, pelos espectadores menos bem formados e informados; tal facto pode dar origem a algumas cenas, sempre desagradáveis e condenáveis. Infelizmente foi o caso: houve alguns desacatos prontamente resolvidos pela intervenção da Polícia que, dada a falta de publicidade e de licenciamento do acontecimento, não estava presente desde o seu início. Alguns feridos de menor importância entre a assistência e pânico (injustificado) de famílias que teimam em levar crianças pequenas para espectáculos impróprios para as suas idades, merecem também breve referência. Há ainda notícias de pequenos incidentes causados por alguns dos ladrões, perdão, dos actores, que inebriados pelo êxito, se excederam no trajecto de volta ao recato dos seus lares. Nada que possa por em causa o excelente trabalho dessas centenas de ladrões, perdão, de profissionais.

Contudo, ao olho mais experiente do crítico, moi, não passaram despercebidas algumas falhas técnicas na execução da grande maioria dos ladrões, perdão, dos actores; falhas menores, dirão alguns; serão menores, sim senhor! Mas importantes! E exactamente por essas falhas serem menores é que, cada vez mais, os accionistas da escola a que eu pertenço – Portugal – entendem ser necessário alterar a (cruel, desumana e injustificada) legislação que impede o acesso destes jovens ladrões, perdão, actores, ao aperfeiçoamento profissional. Corrigir o (ainda pouco) que está mal e alargar o conhecimento é um bem consagrado na carta dos direitos humanos. Deles! Espera-se, deseja-se, quiçá exige-se, abertura das autoridades competentes para algumas (urgentes) mudanças na legislação em vigor.

Uma outra nota, noutro espaço cultural, de âmbito mais restrito, chega-nos ao conhecimento que o grupo cénico de um banco cá em Portugal (está, tem estado, estará???) a levar-nos em cena, um espectáculo musical em dó(i) baixinho, intitulado “6 anos? Reforma-se já...”. O elenco, de grande nível, promete qualidade e casa cheia. O publico está proibido de interagir com os hmmm... actores.

Wednesday, June 15, 2005

Comunistas....

Na fila para prestar homenagem a Álvaro Cunhal:
Pergunta do reporter: "O que o faz estar aqui hoje?"
Resposta do indivíduo:"É preciso perguntar? Olhe diga o Alberto João Jardim que ele foi parido do cu..." (interrompido pelo repórter, não sei porquê...)
Senhora acompanhando urna no mesmo funeral:
"O comunismo ainda há-de triunfar aqui como triunfou na União Soviética (??). Isto é so putas e drógados..."

Tuesday, June 14, 2005

"Concorrência? Não obrigado!" por JVC (in Jornal de Tondela)

Concorrência? Não obrigado!

A semana que passou foi barulhenta! Muito ruído, muita discussão, talvez a prova de que com o bom tempo, os calores de muita e boa gente entram em ebulição e zás, salta-lhes a tampa! Ele foi na França, na Holanda, na Itália, e por aí fora e por aqui dentro também. Agora que as comadres estão zangadas vai ser lindo. Ainda bem que a minha santa ignorância nunca me motivou a tentar nenhum cargo publico porque, agora, não queria estar na pele de quem vai (tentar) consertar o que parece estar a desmoronar.

A meu ver e na minha santa ignorância, muito deste barulho (cá e lá) deve-se a uma palavra: concorrência! E à reacção (alérgica) de muitos dos nossos maiores empresários privados, gente com sucesso e muita nota, quando são obrigados a conviver com ela.

Antes do 25 de Abril de 74, alguns grandes empresários, com enormes empresas e fortunas, viviam devidamente protegidos pelo regime. Esta situação de monopólio favorecia-os em prejuízo dos consumidores. Curiosamente (ou não), nos nossos novos parceiros lá de Leste, a coisa então não era muito diferente, embora como sempre me ensinaram, os regimes fossem ideologicamente opostos.

Depois do 25 e após algumas más e dolorosas experiências, o caminho da economia de mercado foi tomado e reforçado com a adesão à U.E, craindo-se as condições para que, todos os que acreditavam na iniciativa privada pudessem, através do seu engenho e trabalho, contribuir para a melhoria das suas vidas e do bem estar das comunidades.

E hoje, o que temos? Temos muitos novos pequenos e médios empresários; temos alguns grandes grupos económicos, novos e velhos empresários que, com as suas carreiras de sucesso souberam construir grandes empresas, também elas de sucesso. Um bom exemplo de iniciativa privada! Mas, serão mesmo um bom exemplo? Hummm, desconfio!

E desconfio, porque um senhor que é, individualmente, um dos maiores accionistas de vários dos maiores grupos privados cá da nossa praça, também com vastos e privados interesses lá nas Américas, no sector do petróleo (ora aqui está um sector onde eu podia arranjar um tacho mesmo não percebendo nada do assunto), vociferava há uns tempos, em entrevista escrita, contra o facto de um organismo regulador da concorrência insistir em cumprir a sua missão (baixar os preços cobrados aos clientes) não se preocupando com os efeitos negativos que essas medidas (para fomentar a concorrência não nos esqueçamos) poderiam causar numa das suas empresas. Elucidativo! Comentários dos seus pares? Nã!

É este o exemplo de alguém que, supostamente, defende as liberdades individuais frente ao poder do Estado e oportunidades iguais para todos?. Afinal parece que pouco mudou ...

Wednesday, June 08, 2005

My fridge


Dilemma
Originally uploaded by Big Mamma Costa.
My confusing fridge and my everyday dilemma: what to cook for dinner.
(for anybody who sees this: yes I know I don't need to keep Marmite in the fridge but it often ends up there thanks to my absentminded maid)

Monday, June 06, 2005

Árvores


My recent tree painting
Originally uploaded by Big Mamma Costa.
Um dos meus útlimos quadros testando o efeito pendurado no meu quarto. Hummm... Ainda não consegui fazer um com que ficasse cem por cento satisfeita. Há que continuar...